"Ela não foi beatificada porque resistiu à tentativa de estupro, mas, sim, pela forma como viveu sua fé, seu amor a Jesus e às pessoas, como cultivou sua vida de oração e sua comunhão com Deus", diz o Padre Aurélio Costa.
Neste domingo, dia 20 de outubro, a Igreja Particular de Tubarão e os devotos da Beata Albertina Berkenbrock celebram seus 17 anos de Beatificação.
Foi em um sábado à tarde, em 2007, que a ‘famosa’ menina de Imaruí foi declarada Virgem e Mártir e Bem-Aventurada.
Mais de 15 mil pessoas compareceram à Praça da Catedral Nossa Senhora da Piedade. Um palco gigante tomou toda a frente do templo e ali foi montado um altar. Milhares de fiéis acompanharam a festa pela imprensa, pela TV e pelas emissoras de rádio. Nos apartamentos e do alto dos prédios vizinhos também.
Um coro ampliado, formado por dezenas de corais, animou a Santa Missa, que foi presidida pelo Cardeal português D. José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação Pontifícia para a Causa dos Santos, representante do Papa Bento XVI, que pastoreava a Igreja. Mais de uma centena de presbíteros e diáconos concelebraram, juntamente com dezenas de Bispos, especialmente D. Jacinto Bergmann e D. Hilário Moser/SDB, respectivamente, Bispo e Bispo Emérito de Tubarão.
No início de sua homilia, o Cardeal Saraiva assim se pronunciou:
“Irmãs e Irmãos caríssimos: com alegria plena e perfeita satisfação, honramos a glória da Beata Albertina Berkenbrock e reconhecemo-la partícipe da glória do Céu que Cristo prometeu aos seus fiéis servos.
Cumpre-se o mistério, mantém-se a promessa, realiza-se a eternidade feliz, fica-nos a força e a eloquência de uma vida formatada em Cristo e para Ele reservada, oferta e holocausto de suave odor.
É a beatitude dos pequenos que não ignoram os mistérios do Reino: a esses é revelado tudo quanto é precioso! A esses, chamados ao trabalho na mística vinha desde a primavera da própria vida, é-lhes dado saborear os frutos da Redenção, não só quando o sol ainda mal surge no horizonte, mas quando a luz de Cristo amadureceu com o seu poder, desde o amanhecer, os frutos da Páscoa eterna!
Caros irmãos, a Beata Albertina consumou, no breve período de 12 anos, a sua existência terrena, mas atingiu os tempos da maturação cristã com uma extraordinária correspondência à graça divina, que ela conheceu nos caminhos ordinários da educação cristã e da vida sacramental e de oração”.
Os parentes de Albertina, especialmente seus irmãos, e toda a Igreja festejaram e louvaram a Deus com toda a sua alma quando, lá no alto da faixada da Catedral, foi desenrolado um enorme banner expondo a imagem da nova Beata da grei de Jesus Cristo.
“Passados 17 anos, é necessário festejarmos a Beatificação, preservando a memória, revivendo e compartilhando as emoções vivenciadas naquela data. Faz-se mister recordar, igualmente, o caminho existencial e de fé percorrido pela jovenzinha de São Luiz, até o seu martírio ocorrido na tarde de 15 de junho de 1931 (há 93 anos).
Ela não foi beatificada porque resistiu à tentativa de estupro, mas, sim, pela forma como viveu sua fé, seu amor a Jesus e às pessoas, como cultivou sua vida de oração e sua comunhão com Deus, como alimentou-se da devoção mariana e do Sacramento da Eucaristia, praticando a caridade e tendo um coração bem disposto para Deus.
Seu martírio, já comentado assim que a notícia de sua morte se espalhou, coroou o seu testemunho cristão. Ela viveu as bem-aventuranças e foi reconhecida Bem-Aventurada. Viveu santamente, como citou o Cardeal, com "uma vida formatada", isto é, moldada na pessoa de Jesus, e recebeu de seus conterrâneos os codinomes Santinha e Nossa Santinha. Rezemos para que logo, no tempo de Deus, ela seja oficialmente declarada Santa”, disse o Padre Aurélio Costa.