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SEGURANÇA
21/12/2024 09h44

Nova chance ou risco à segurança? O debate sobre a liberação de presos no Natal

Confira os prós e contas.

O Indulto de Natal, tradicionalmente concedido no final do ano pelo Presidente da República, é uma medida de caráter humanitário que beneficia presos em determinadas condições, permitindo o perdão total ou parcial de suas penas. 

Embora seja uma prática respaldada pela Constituição Federal, o tema divide opiniões, gerando debates sobre seus prós, contras e aplicação prática. 

Como funciona o Indulto de Natal 

O indulto é concedido por meio de um decreto presidencial, com base no artigo 84 da Constituição Federal, que permite ao chefe do Executivo conceder clemência a condenados. O decreto estabelece os critérios que devem ser cumpridos para que o preso seja beneficiado, como:

- Tipo de crime cometido (excluindo crimes hediondos, terrorismo, entre outros).

- Cumprimento de parte da pena (geralmente dois terços).

- Condições específicas, como idade avançada, doença grave, ou cumprimento de penas menores. 

O indulto é diferente do saidão ou do regime de progressão de pena. Enquanto estes envolvem liberação temporária ou mudança no regime de cumprimento, o indulto extingue a pena completamente, sem a necessidade de monitoramento posterior. 


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Os prós do Indulto de Natal 

1 - Humanidade e Ressocialização: O indulto é visto como um gesto de compaixão, especialmente para presos que estão em situação vulnerável, como idosos, doentes terminais ou aqueles que demonstraram comportamento exemplar durante o cumprimento da pena.

2 - Desafogamento do Sistema Prisional: O sistema carcerário brasileiro enfrenta superlotação crônica. O indulto pode aliviar essa pressão, liberando pessoas que não representam perigo à sociedade.

3 - Constitucionalidade e Tradição: A medida está prevista na Constituição e faz parte de uma tradição jurídica adotada por diversas democracias ao redor do mundo.

Os contras do Indulto de Natal 

1 - Impunidade Percebida: Críticos apontam que o indulto pode passar a sensação de impunidade, especialmente quando aplicado a crimes de grande impacto social.

2 - Risco de Reincidência: Embora seja limitado a condenados que apresentem bom comportamento, há quem argumente que os critérios nem sempre garantem que os beneficiados não voltarão a cometer crimes.

3 - Falta de Transparência: A decisão final cabe ao presidente, o que pode suscitar críticas em relação à motivação política ou critérios considerados inadequados no decreto.

Exemplos de aplicação e polêmicas 

O indulto ganhou destaque em 2017, durante o governo de Michel Temer, quando um decreto estendeu o benefício a crimes como corrupção, desde que certos critérios fossem cumpridos. A medida gerou forte reação do Supremo Tribunal Federal (STF) e de setores da sociedade, que questionaram a abrangência do decreto.

Já em anos mais recentes, o indulto tem sido mais restritivo, focando em grupos específicos, como idosos e portadores de doenças graves.

O debate continua 

O Indulto de Natal segue sendo uma medida controversa. Para defensores, ele representa uma ferramenta essencial para promover justiça social e aliviar o sistema carcerário. Para opositores, é uma medida que precisa ser revista, com critérios mais rigorosos e transparência ampliada.

Independente da opinião, o indulto levanta reflexões sobre o equilíbrio entre justiça, compaixão e a necessidade de manter a confiança da sociedade nas instituições jurídicas.


Fonte: Redação
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