A decisão foi tomada após quase 30 horas de julgamento
O homem acusado de matar a jovem Isadora Viana Costa, em Imbituba, foi condenado a 12 anos de reclusão em regime inicial fechado por homicídio qualificado por feminicídio. A decisão foi tomada após quase 30 horas de julgamento no Tribunal do Júri da cidade, que se estendeu por dois dias e terminou na madrugada desta sexta-feira (5). O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e também perdeu o cargo público de tabelião.
O Conselho de Sentença acolheu as provas apresentadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pela Promotora de Justiça Patricia Zanotto e pelo Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, integrante do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI).
Segundo a denúncia, o crime ocorreu em 8 de maio de 2018. Após uma madrugada de consumo de álcool e drogas, Isadora teria ligado para a cunhada pedindo ajuda, o que irritou o réu por expor seu uso de entorpecentes à família. Cerca de meia hora depois, após a saída dos familiares, o acusado agrediu a vítima, causando trauma abdominal e ruptura da veia cava. Laudos periciais afastaram a hipótese de overdose levantada pela defesa.
Mesmo diante da gravidade das lesões, o homem demorou a pedir socorro. Chegou a ligar para um amigo médico antes de acionar o serviço de emergência. Quando a equipe chegou ao local, a vítima já estava inconsciente. Isadora foi levada ao hospital, mas não resistiu. O médico que a atendeu desconfiou da versão do acusado e acionou a Polícia Civil, dando início às investigações.
Durante o julgamento, amigas da vítima relataram situações em que Isadora demonstrava medo do comportamento do namorado sob efeito de drogas e álcool. Delegados também detalharam os elementos que comprovaram o feminicídio.
A decisão foi recebida com emoção pelos familiares da jovem, que acompanharam todo o julgamento. A irmã gêmea, Mariana Viana Costa, falou sobre a perda irreparável. “A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. Isso que a gente lembra todos os dias. Uma dor que vai ficar para sempre.”
O pai, Rogério Froner Costa, destacou o alívio parcial com a condenação: “Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve pra nós tentarmos recomeçar a nossa vida.” Já a mãe, Cibelle Viana Costa, agradeceu o trabalho do MPSC e ressaltou o vazio deixado pela filha: “A minha dor nunca mais vai embora, eu vou ter que conviver o resto da minha vida com essa falta, mas o nome e a história dela foram honrados.”
O salão do júri ficou lotado durante as sessões, que contaram com a presença de familiares, amigos e membros da comunidade.
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