Projeto de conscientização mobilizou estudantes a recolher e doar os dispositivos usados por eles ou familiares
A Escola Estadual General Rondon, em Massaranduba, no Norte de Santa Catarina, encaminhou à Polícia Militar nesta segunda-feira (14) mais de 150 cigarros eletrônicos que foram entregues de forma voluntária por estudantes. Os dispositivos, conhecidos como “vapes” ou “pods”, eram usados por familiares, conhecidos ou pelos próprios alunos da unidade.
A mobilização surgiu a partir de um projeto conduzido na disciplina de Química, ainda em 2024, pelo professor Leonilson Rodrigues. Durante as aulas, os adolescentes — com idades entre 15 e 18 anos — participaram de debates sobre os malefícios dos cigarros eletrônicos e a proibição da venda desses dispositivos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
Segundo a diretora da escola, Elaine Kasmirski Mosca, após os trabalhos em sala, os alunos foram orientados a deixar os aparelhos na escola de forma anônima. “Os alunos que quiseram podiam trazer. Relatavam que eram de familiares, de conhecidos, ou deles mesmos. A gente recolheu, guardou aqui na escola. Inclusive, em uma reunião de pais, utilizei para mostrar a quantidade que a gente havia recolhido. É um alerta que a gente faz aqui semanalmente”, afirmou.
O projeto foi realizado com o apoio do Núcleo de Educação e Prevenção às Violências na Escola (Nepre), por meio da diretoria Adriana Kemczynski. A escola estadual atende cerca de 700 estudantes.
Os cigarros eletrônicos contêm substâncias como cobre, estanho, níquel e zinco, além de aromatizantes. Um estudo da PUC-Rio divulgado neste ano apontou ainda a presença de substância semelhante à anfetamina nos produtos comercializados clandestinamente no Brasil. Segundo a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, o consumo dos dispositivos representa risco à saúde e está associado ao desenvolvimento de doenças pulmonares, como o câncer de pulmão.
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