O seminário reuniu especialistas, pacientes e autoridades para discutir o tratamento e políticas públicas para a fibromialgia
Em Santa Catarina, estima-se que cerca de 100 mil pessoas convivam com a fibromialgia, uma doença crônica e debilitante que afeta principalmente mulheres. Para dar visibilidade aos desafios e avanços na adoção de políticas públicas para o enfrentamento dessa enfermidade, o Parlamento Catarinense realizou nesta segunda-feira (12) o Seminário Estadual de Fibromialgia. A iniciativa foi promovida pela Comissão de Saúde da Alesc, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.
Cerca de 400 pessoas participaram da solenidade de abertura, que aconteceu no Auditório Antonieta de Barros. O evento contou com a presença do presidente da Comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta (PT), do proponente do seminário, deputado Maurício Peixer (PL), e da presidente da Associação Catarinense de Portadores de Fibromialgia e Amigos, Cleia Aparecida Clemente Giosole, além de outras autoridades estaduais.
A fibromialgia, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, afeta cerca de 2,5% da população mundial e se caracteriza por dores musculoesqueléticas generalizadas, fadiga, distúrbios do sono e sensibilidade em pontos específicos do corpo. A doença não tem cura, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o controle dos sintomas.
Durante o seminário, especialistas, profissionais de saúde, pacientes e familiares discutiram as melhores práticas para o diagnóstico e tratamento da fibromialgia, além de abordarem a importância das políticas públicas de apoio. O evento também trouxe à tona a legislação estadual que reconhece a fibromialgia como uma deficiência, sancionada em 2024 pelo deputado Maurício Peixer, que criou a Carteira Estadual de Identificação da Pessoa com Fibromialgia (CIPF).
"Essa legislação representa um avanço significativo, pois busca garantir prioridade no atendimento a essas pessoas em serviços públicos e privados nas áreas de saúde, educação e assistência social", afirmou o deputado Peixer. Para ele, o seminário foi uma oportunidade importante de alinhar políticas públicas e sensibilizar gestores e profissionais de saúde sobre a realidade dos pacientes com fibromialgia.
Até o momento, cerca de 1.500 carteiras de identificação da Pessoa com Fibromialgia foram emitidas no estado. O deputado Neodi Saretta, que também participou da abertura, destacou que a criação da CIPF é um marco, pois torna visíveis as pessoas com fibromialgia perante a sociedade e facilita o acesso a direitos e benefícios.
Cleia Aparecida Clemente Giosole, presidente da Associação Catarinense de Portadores de Fibromialgia, enfatizou que a lei sancionada foi um divisor de águas. "A criação da carteira das pessoas com fibromialgia é um momento ímpar. A partir de agora seremos visíveis para a sociedade e teremos mais dignidade e respeito", destacou Cleia, ressaltando que, atualmente, cerca de 100 mil pessoas em Santa Catarina convivem com a doença.
O seminário contou com palestras e mesas redondas. Pela manhã, a advogada e professora Indyanara Araújo Baptista abriu a programação com a palestra "Direito da Pessoa com Fibromialgia". Ela ressaltou que a conscientização e a disseminação de informações são essenciais para combater o preconceito e a desinformação sobre a doença.
À tarde, duas mesas redondas abordaram os temas “Políticas Públicas para as Pessoas com Fibromialgia” e “A voz da dor: Perguntas que precisam de respostas”, com a participação de palestrantes especializados e testemunhos de pessoas com a doença. O seminário foi encerrado com um reforço da importância de continuar a luta por direitos e visibilidade para os portadores de fibromialgia.
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