Suspenso desde 2019, governo avalia possíveis impactos energéticos e financeiros da retomada da medida, mas ainda não há decisão oficial
O horário de verão permanece suspenso no Brasil desde 2019. A decisão foi baseada em estudos técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que indicaram queda na efetividade da medida para economia de energia elétrica. Com a mudança no perfil de consumo dos brasileiros, principalmente devido ao uso crescente de aparelhos de ar-condicionado nas tardes mais quentes, a antecipação do relógio deixou de representar ganhos energéticos relevantes.
Originalmente criado para aproveitar melhor a luz solar durante o verão e reduzir o consumo nos horários de pico, o horário de verão chegou a gerar economia de até 4,5% no consumo noturno. No entanto, nas últimas décadas, esse impacto caiu para cerca de 0,5%, tornando a medida menos eficiente.
Apesar disso, estudos mais recentes voltaram a debater o possível retorno da medida como estratégia econômica. Projeções do setor elétrico indicam que, se reintroduzido, o horário de verão poderia gerar uma economia financeira de até R$ 400 milhões, principalmente pela diminuição do uso de usinas térmicas mais caras durante o fim do dia. Esses dados reacenderam o debate, mas o governo federal afirma que ainda não há decisão tomada para 2025.
Caso o horário de verão volte a ser implementado, sua aplicação deverá seguir o modelo tradicional, com vigência entre outubro e fevereiro e alcance restrito às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, áreas que mais se beneficiam da variação de luz solar ao longo do dia. As regiões Norte e Nordeste tradicionalmente ficam de fora da medida, já que a diferença no ciclo de luz ao longo do ano é menos acentuada, o que reduz a efetividade da mudança nos relógios.
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