Em Nova Erechim (SC), servidoras são proibidas de usar a escola no horário de almoço e denunciam tratamento discriminatório
Duas professoras da rede municipal de Nova Erechim, no Oeste de Santa Catarina, estão impedidas de almoçar dentro da escola onde atuam. A ordem partiu da Prefeitura e, segundo o setor jurídico, busca economizar energia e água ao proibir o uso de geladeira e micro-ondas. O caso gerou revolta porque a medida não vale para todos: apenas servidoras que residem no município estão proibidas, quem mora em cidades vizinhas pode continuar usando as dependências da escola.
Sem acesso a um ambiente adequado, as docentes têm recorrido a praças públicas ou aos próprios carros para fazer suas refeições, mesmo em dias de chuva ou sob calor intenso. A justificativa da Prefeitura foi que os equipamentos “gastariam muita luz”, além de sugerir que as professoras “tenham bom senso e vão para casa”, desconsiderando que muitas vivem na zona rural e o tempo de intervalo é insuficiente para tal deslocamento.
A determinação teria partido diretamente do gabinete da prefeita Iara Perin (MDB) e, até o momento, não há decreto ou documento oficial que sustente a medida. O sindicato da categoria acompanha o caso e oferece apoio jurídico às professoras, que estudam acionar o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual por assédio moral institucional e violação de direitos básicos.
Especialistas apontam que a alegada economia não se justifica: o custo mensal de energia elétrica com o uso dos eletrodomésticos seria inferior a R$ 20, valor considerado irrisório frente à dignidade das servidoras. Em solidariedade, colegas passaram a almoçar com as professoras na praça, enquanto a denúncia segue gerando repercussão entre profissionais da educação e a comunidade local.
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