Tarifas americanas e o peso que recai sobre o exportador brasileiro
A partir de 1.º de agosto, entra em vigor nos Estados Unidos uma nova tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, como parte de um pacote mais amplo que inclui o mesmo percentual para o cobre e elevações graduais para outros países. Trata-se de um movimento com motivações políticas e econômicas, mas cujos reflexos são práticos — e custosos — para quem empreende no mundo real.
Empresários brasileiros que exportam para o mercado americano — de alimentos a autopeças, passando por aço, têxteis e tecnologia — sentirão de forma direta a perda de competitividade. Um produto que custava US$ 100 agora chega ao cliente americano por US$ 150. Nesse cenário, o concorrente de outro país (não atingido pela tarifa ou com menor alíquota) passa a ser mais atrativo, mesmo entregando qualidade inferior.
Essa mudança drástica exige ajustes urgentes. O exportador brasileiro que construiu presença no mercado dos EUA com esforço e constância agora precisa repensar preços, logística, canais de venda e até o portfólio. E tudo isso num ambiente em que o custo do frete, o câmbio e a política comercial americana mudam com velocidade.
Não se trata aqui de julgar se a medida é certa ou errada do ponto de vista geopolítico. O ponto é que, mais uma vez, a conta de decisões tomadas em altos gabinetes recai sobre quem produz, emprega e assume risco. O empresário — sobretudo o de médio porte — opera num tabuleiro onde as regras do jogo mudam sem aviso.
O que fazer?
🔎 Mapear os produtos mais afetados e buscar alternativas de destino.
🤝 Reavaliar contratos com distribuidores e tentar dividir os impactos da tarifa.
🌍 Explorar acordos comerciais em blocos como Europa e América Latina.
⚖️ E, se possível, atuar institucionalmente — por meio de entidades de classe — para pressionar por respostas diplomáticas e medidas compensatórias.
Tarifas como essa funcionam como um imposto indireto sobre a produção brasileira. E nos lembram, mais uma vez, que em tempos de incerteza global, quem não se adapta — quebra.
Mauricio Dobiez
Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em Gerência Contábil. Sócio da HOLD Contabilidade, com unidades em Tubarão e Laguna e sócio da Terceirizou - terceirização empresarial, RPV Rent Locação veicular, World Telemedicina, Reevisa Energia Solar e Visto Minas, além de investidor anjo. Foi professor universitário na FUCAP - Faculdade Capivari por 8 anos, encerrando esse ciclo em 2021. Diretor em uma Associação de Proteção Veicular na serra catarinense e outra no oeste do estado. Ex-presidente do Hercílio Luz Futebol Clube Foi diretor de Assuntos Políticos e diretor administrativo da AJET - Associação de Jovens Empreendedores de Tubarão e Diretor de Negócios do CEJESC - Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina. Atual presidente do PSDB Tubarão, Presidente do Lions Club Tubarão e Diretor na Fabsul - Federação de Autorregulamentação, Socorro Mútuo e Benefícios dos Estados do Sul e colunista. Os temas que serão abordados quinzenalmente serão de voltados ao empreendedorismo e gestão de negócios.