Ação coordenada pela Polícia Civil do RS teve apoio de equipes de Santa Catarina para capturar investigado foragido
Divulgação: Polícia Civil
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (27) a Operação Omertà, que resultou na prisão de quatro suspeitos ligados a uma série de crimes violentos em Caxias do Sul, incluindo tortura, sequestro e extorsão. As ações ocorreram simultaneamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
As diligências em território catarinense contaram com o apoio da Delegacia de Capturas (Decap) e da Delegacia de Roubos e Antissequestro (Dras), ambas da Deic. As equipes auxiliaram na localização de um dos investigados, que havia fugido para Imbituba após o avanço das apurações.
O delegado Rodrigo Kleger Duarte explica que a investigação revelou a atuação de um grupo dedicado à cobrança violenta de dívidas. Entre os alvos estavam pessoas endividadas com o tráfico de drogas e com agiotas, que contratavam os criminosos para executar ameaças, agressões e retenção das vítimas.
A operação ganhou força após a prisão do primeiro suspeito, apontado como autor direto das torturas. Vídeos encontrados em seu celular mostravam vítimas sendo mantidas em cativeiro e agredidas com barras metálicas, bastões e aparelhos de choque entre maio e agosto deste ano. Na casa do investigado, os policiais apreenderam entorpecentes, celulares e instrumentos idênticos aos usados nas agressões, o que reforçou o vínculo do grupo com os crimes.
Com o avanço das análises, os agentes identificaram outro integrante responsável por auxiliar nos sequestros, na logística e nas filmagens das sessões de violência. Ele acabou localizado nesta manhã em Santa Catarina.
Em Caxias do Sul, um terceiro suspeito foi preso no bairro Bela Vista. Ele é investigado por ter contratado o torturador para cobrar, de forma violenta, uma dívida que teria resultado na agressão de uma vítima no bairro Lourdes. Outro envolvido, detido no bairro Desvio Rizzo, seria responsável por execuções mais severas. Em um dos episódios já apurados, ele teria invadido a casa de uma vítima na frente de duas crianças, apontado uma arma e gravado um vídeo exigindo o pagamento de valores ligados à agiotagem.
A quarta prisão corresponde ao torturador já identificado na primeira fase das investigações, que agora teve a preventiva decretada após a consolidação de provas. No total, cinco pessoas já foram detidas desde o início da Operação Omertà. Todos os presos foram encaminhados ao sistema prisional e ficam à disposição da Justiça.
O nome da operação faz referência ao código de silêncio associado à máfia italiana, que proíbe qualquer colaboração com autoridades e impõe punição severa a quem rompe o pacto, um paralelo ao modo de atuação violento e clandestino do grupo investigado.
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