Na região Sul 82% dos leitos estão ocupados
A rede pública de saúde em Santa Catarina enfrenta um grave problema de lotação de unidades hospitalares. Às 11h desta sexta-feira (5), a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos atingiu 95,99%, restando apenas 35 vagas disponíveis. Esse cenário desafiador é resultado da combinação de fatores como a dengue e doenças respiratórias.
A Secretaria de Estado da Saúde reconhece a gravidade da situação e se compromete a tomar medidas para enfrentar o problema. Recentemente, foram abertos oito novos leitos no Hospital Maicé, localizado em Caçador, na região Oeste do estado.
Na Grande Florianópolis, a movimentação é intensa no Hospital Infantil João de Gusmão, onde os pais expressam insatisfação com a demora no atendimento e a falta de informações. Às 11h de sexta, a lotação da UTI para adultos atingiu 99,30%, restando apenas um leito disponível. Já na UTI pediátrica, a ocupação era de 100%.
Na região Norte, o quadro é ainda mais crítico, com 100% de ocupação dos leitos de UTI para adultos. O maior gargalo está nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Joinville, a maior cidade da área e do estado. Desde o último domingo, as três UPAs da cidade têm registrado altas taxas de atendimento, com 2.462 pacientes atendidos em 24 horas na quarta-feira, um movimento 15 a 20% acima do normal
Na região Sul do estado, onde estão localizados oito hospitais, a situação é crítica. Destacam-se o Hospital São José de Criciúma e o Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, em Laguna.
Para atender aos 45 municípios do Sul, dispomos de 134 leitos de UTI para adultos. Segundo o painel da Secretaria de Estado da Saúde, 82,71% desses leitos estavam ocupados às 11h desta sexta-feira.
Embora essa taxa seja alta, é importante ressaltar que representa a menor ocupação do estado.
Na região Oeste, há superlotação das unidades de pronto-atendimento. A UPA 24 horas de Chapecó precisou ampliar suas equipes para lidar com a demanda. A média de atendimentos tem chegado a 800 por dia.
Devido à alta procura por atendimento relacionado à dengue e à Covid-19, Chapecó também estendeu o horário do Ambulatório Especializado, localizado no bairro Saic.
Quanto aos leitos de UTI, o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, está com todos os leitos ocupados. Na regional de saúde do Oeste, a taxa de ocupação é de 96,43%, restando apenas três leitos disponíveis
O que diz a Secretaria de Estado da Saúde
Confira abaixo a íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde, enviada na tarde desta sexta.
A Secretaria de Estado de Saúde esclarece que o cenário desafiador atualmente enfrentado na saúde de Santa Catarina também atinge o restante do país.
A superlotação das UPAs, Unidades Básicas de Saúde e Hospitais se dá, principalmente, pela dengue e também pelas doenças respiratórias.
O Estado registra 28.495 mil focos com 35.287 casos confirmados e 59 óbitos Atualmente temos 244 pacientes internados, sendo que 26 por dengue hemorrágica.
Sobre as doenças respiratórias houve um aumento de 39% de internações entre os meses de fevereiro e março. Mesmo a vacina da gripe sendo antecipada e disponibilizada ao público-alvo, os índices de vacinação ainda estão muito aquém do esperado. Do grupo prioritário, apenas 10% da população fez a vacina.
Ressaltamos que, mesmo com a superlotação dos hospitais, nenhum paciente ficou desassistido ou sem um leito de UTI. No ano passado foram abertos 150 novos leitos em várias regiões do Estado.
Nesta semana serão abertos mais 8 leitos de UTI em Caçador. E ainda este mês serão abertos 10 leitos em Joaçaba, 10 em Itajaí, 15 em Lages e 5 em Chapecó.
Nesta sexta-feira, 5 de abril, o painel apresenta 100 leitos de UTI disponíveis, com maior taxa de ocupação em 95% de leitos adultos.
Desta forma, reafirmamos a importância de ações preventivas de combate à dengue assim como a vacinação dos grupos prioritários contra a gripe.
Apesar das longas filas de espera, com mais de 200 mil pacientes que aguardavam por uma cirurgia, foram realizadas 405.896 cirurgias entre eletivas e emergenciais na atual gestão (de janeiro de 2023 até março de 2024).
Também destacamos, que a Secretaria da Saúde segue realizando a melhoria das estruturas dos hospitais próprios do Estado, que estavam abandonadas há décadas, e apoiando os hospitais filantrópicos.
O Governo do Estado reafirma seu compromisso com os catarinenses e não medirá esforços para bem atender a população.
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