Dr. João Eugênio Heidemann falou sobre hibristofilia, violência, adultização infantil e novas tendências comportamentais
Na manhã desta terça-feira (19), o psiquiatra Dr. João Eugênio Henrique Heidemann participou de uma entrevista no Hora Hiper, da Rádio Hiperativa FM, onde abordou temas atuais e delicados sobre o comportamento humano.
Segundo o médico, algumas situações abordadas podem estar ligadas à hibristofilia, uma condição rara classificada como parafilia, em que há atração por pessoas agressivas ou violentas. “É pouco estudada, mas já descrita por Freud em 1932”, explicou. O especialista citou exemplos conhecidos, como o Maníaco do Parque e Suzane von Richthofen, que receberam atenção e até admiração mesmo após cometerem crimes graves.
Dr. João destacou que, na maioria dos casos, o padrão aparece em mulheres, muitas vezes marcadas por experiências anteriores de violência. “Elas acreditam que podem transformar o parceiro, como parte de um ciclo de reparo emocional”, afirmou. Ele também reforçou que esse comportamento pode ser tratado com psicoterapia e medicação adequada.
O papel das redes sociais e a infância exposta
Outro ponto abordado foi o impacto das redes sociais na normalização da violência e na adultização infantil. O psiquiatra criticou o uso precoce de celulares e o fácil acesso a conteúdos impróprios, reforçando que crianças abaixo de 12 anos não deveriam ter contato com telas por longos períodos, ou nem tê-los, em alguns casos.
“O algoritmo e a inteligência artificial influenciam diretamente no que essas crianças consomem, e isso afeta o desenvolvimento emocional”, alertou.
Chupeta para adultos: alívio ou alerta?
Por fim, Dr. João comentou a nova tendência do uso de chupetas por adultos, que tem repercutido nas redes. Ele explicou que isso está ligado à chamada fase oral, onde o contato com a boca gera sensação de conforto, como no caso do cigarro ou da comida. “É uma forma de aliviar a ansiedade por meio de estímulos que liberam endorfinas”, disse.
Dados compartilhados pelo especialista apontam que adultos passam, em média, 4 horas por dia nas redes sociais, enquanto adolescentes ultrapassam 7 horas diárias, o que agrava esses comportamentos.
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