A luta continua, e é essencial que todos se unam a essa causa
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O mês de abril é marcado pela conscientização sobre o autismo, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e que tem ganhado cada vez mais visibilidade nas últimas décadas. Segundo uma pesquisa do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, aproximadamente 1 em cada 36 crianças é diagnosticada com algum grau de autismo. Este dado alarmante evidencia a importância de compreender as nuances do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de criar uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para as pessoas afetadas por essa condição.
O autismo é um espectro que varia consideravelmente de pessoa para pessoa. O transtorno pode se manifestar de maneiras diferentes, com os indivíduos apresentando uma variedade de habilidades e desafios. O grau de suporte necessário para cada pessoa com autismo é classificado em três níveis: o nível 1, que exige apoio mínimo; o nível 2, que requer apoio substancial; e o nível 3, que demanda apoio muito substancial para o indivíduo funcionar no cotidiano. A classificação ajuda a entender a intensidade do suporte necessário, mas não define o potencial de cada pessoa com autismo, que pode ter uma vida plena com o suporte adequado.
Em Braço do Norte, a luta das famílias e das entidades que atendem pessoas com TEA tem ganhado força, especialmente com a atuação da Associação Nova Era do Autismo (Anea). Fundada em novembro de 2022, a Anea tem se tornado uma referência no acolhimento e apoio às famílias que enfrentam a realidade do autismo. A presidente da entidade, Tamara Gonçalves, usou a tribuna livre na Câmara de Vereadores de Braço do Norte para destacar as principais reivindicações tanto das famílias quanto da própria associação.
Entre as demandas levantadas, estão a necessidade de parcerias com o poder público para oferecer terapias e acolhimento às famílias, além de capacitação profissional para educadores e outros profissionais que lidam diretamente com pessoas autistas. Segundo Tamara, a importância da implementação e cumprimento das leis voltadas para o espectro autista também é uma pauta urgente, pois, embora existam legislações que garantem direitos, elas são apenas parcialmente cumpridas. A Anea também luta para que a legislação sobre o tema seja mais eficaz, garantindo os direitos fundamentais das pessoas com autismo.
Apesar de ainda não contar com recursos públicos para suas atividades, a Anea tem se mantido ativa graças a editais e doações. A associação já atende cerca de 120 famílias, muitas das quais possuem mais de um membro da família com autismo, oferecendo apoio, terapias e orientações sobre o diagnóstico e o tratamento da condição.
Desde 2016, antes da fundação da Anea, um grupo de familiares já se reunia para discutir e buscar soluções para as dificuldades que enfrentam no dia a dia. A partir dessas reuniões, nasceu a necessidade de fundar a associação, que rapidamente tem conquistado avanços importantes, como maior acesso a médicos especializados, terapias inovadoras e até mesmo o uso de canabidiol como tratamento para alguns casos. Essas conquistas refletem a evolução do tratamento do autismo nos últimos anos, proporcionando mais qualidade de vida para as pessoas afetadas.
No próximo dia 2 de abril, como parte das ações de conscientização, será realizado um evento com um trajeto simbólico, que visa promover o respeito e a compreensão sobre o autismo. Desde 2019, o evento tem sido uma maneira de unir as mães e famílias, gerando visibilidade e conscientização sobre o tema na comunidade.
Além disso, no final deste mês, a Anea está planejando um encontro especial para as famílias de autistas. Nos anos anteriores, o evento foi marcado por um piquenique, um momento de confraternização e troca de experiências entre as famílias que vivem essa realidade.
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