Ex-prefeito afirma que recebeu propinas de outras empresas além da Serrana, investigada na Mensageiro; acordo prevê liberdade em dezembro
O ex-prefeito de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina, preso pela Operação Mensageiro, firmou termo de delação premiada com o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e terá de devolver mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos.
Na delação, homologada pela Justiça, o ex-prefeito de Itapoá confessa ter recebido em propinas R$ 400 mil apenas da Serrana Engenharia a fim de facilitar contratos de coleta e destinação de lixo no município do Litoral Norte.
Ele confessa que procurou a Serrana Engenharia antes mesmo de vencer a primeira eleição para prefeito, em 2016, para pedir um pagamento no valor de R$ 150 mil.
Na primeira fase da Operação, a equipe do Gaeco encontrou na casa do ex-prefeito uma caixa com o nome da Serrana Engenharia estampado, com aproximadamente R$ 180 mil. De acordo com ele, 90% do valor encontrado na caixa era propina.
“Esse valor específico é uma somatória dos valores, que eu não consigo precisar quanto de cada empresa, mas foi reunido um pouco antes de eu viajar”, diz o ex-prefeito na delação.
Pelo acordo de delação, ficou definida a devolução de um montante superior a R$ 1,2 milhão. Cerca de R$ 800 mil seriam oriundos de propinas recebidas de outras empresas.
Outros réus também fazem delação
O cunhado do ex-prefeito e um ex-funcionário da prefeitura também deverão devolver valores aos cofres públicos. Somados, os valores que os três precisam ressarcir chegam a R$ 1.682.730.
Os valores são por “reparação do dano pelos atos imputados” e deverão ser depositados na contra de Município de Itapoá, “reparando a comunidade local pelos prejuízos sofridos em decorrência dos crimes perpetrados”, diz trecho de documento do MPSC que detalha os valores a serem devolvidos ao município de Itapoá.
Ex-prefeito deve sair da prisão em dezembro
O ex-prefeito também deverá cumprir um ano de prisão, contando desde a data em que foi detido. Ele está recluso desde dezembro do ano passado, na primeira fase da Operação Mensageiro, e deverá sair da prisão no final do ano.
O caso investigado na Mensageiro em Itapoá deve ser o primeiro a ter uma sentença. O julgamento está previsto para acontecer no Tribunal de Justiça de Santa Catarina em agosto.
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