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POLÍTICA
13/05/2025 19h14

Jogos de azar, lucros de poucos: CPI das Bets ouve Virgínia e investiga contratos

Influenciadora negou irregularidades e disse que alertava seguidores sobre os riscos, mas comissão apura contratos que podem lucrar com as perdas dos apostadores

Virgínia foi tietada pelo senador Cleitinho (Republicanos). — Foto: Reprodução/TV Senado

A influenciadora digital Virgínia Fonseca prestou depoimento nesta terça-feira (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado, em meio a uma investigação que analisa a atuação de influenciadores na promoção de apostas online. Convocada como testemunha, ela respondeu a questionamentos sobre contratos publicitários com casas de apostas e possíveis incentivos ao jogo entre seus mais de 50 milhões de seguidores.



A CPI apura se celebridades digitais estariam incentivando práticas de apostas, sobretudo entre públicos vulneráveis, como menores de idade. O foco também está em cláusulas contratuais que vinculam os ganhos dos influenciadores às perdas dos apostadores, o que foi apelidado de “cláusula da desgraça”.



Durante a sessão, que durou mais de três horas, Virgínia negou qualquer irregularidade. Ela afirmou que sempre seguiu as diretrizes do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e alertou o público sobre os riscos envolvidos nas apostas. “Eu sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder”, disse. A influenciadora reforçou que o acesso a essas plataformas é proibido para menores de 18 anos e que orienta o uso responsável.



Um dos principais pontos do depoimento foi o contrato com a empresa Esportes da Sorte. A influenciadora negou que houvesse qualquer cláusula que a beneficiasse diretamente com as perdas dos usuários. Segundo ela, o único bônus previsto seria um acréscimo de 30% no cachê caso o lucro da empresa dobrasse — algo que, segundo Virgínia, nunca aconteceu.



Outro ponto abordado foi o uso de contas durante as ações promocionais. Ela afirmou que as apostas mostradas em vídeos eram feitas por meio de contas fornecidas pela própria empresa, criadas especificamente para as gravações.


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Apesar de não demonstrar arrependimento pelas ações passadas, Virgínia admitiu que deve repensar sua participação em futuras campanhas publicitárias do tipo. “Vou chegar em casa e pensar, pode ter certeza”, disse. Ela também afirmou que não tem como ajudar financeiramente seguidores que, porventura, tenham se prejudicado com apostas: “Eu não tenho poder de fazer nada.”



A presença de Virgínia e do cantor Zé Felipe, seu marido, causou tumulto nos corredores do Congresso, com aglomeração de fãs e parlamentares. Durante a sessão, a influenciadora foi tietada até por senadores.



A CPI das Bets segue com os trabalhos nas próximas semanas, com novos depoimentos de influenciadores e representantes de casas de apostas. Os documentos entregues por Virgínia, relacionados às empresas Esportes da Sorte e Blaze, serão analisados sob sigilo. A comissão busca entender como as campanhas publicitárias digitais podem estar ligadas a práticas de jogo irresponsável e pretende propor medidas para proteger o consumidor.



 



 



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Fonte: Redação
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