A presença de Marta no parto de João Paulo foi mais do que simbólica; foi uma maneira de honrar e reviver a história da matriarca da família
A parteira Marta Estelina da Silva Vargas, 74 anos, viveu uma emoção diferente nesta semana. Ela que colaborou com o nascimento de muitas crianças de Tubarão, pode acompanhar de perto a chegada do seu primeiro bisneto, o menino João Paulo.
Ela que não frequentava o Centro Obstétrico há mais de uma década. “Me veio tudo na memória. Lembrei de tantos partos que acompanhei, de tantas vidas que ajudei a trazer ao mundo. A emoção foi grande, pode ter acompanhado tudo, tanto pela felicidade de ver o bisneto nascer, quanto por reviver todos os momentos e sentimentos que o meu trabalho me proporcionou ao longo de tantos anos”, conta.
Marta dedicou 21 anos de sua vida a atender gestantes, entre 1976 e 1997. Durante este tempo trabalhou no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) e fez o parto natural de muitas mulheres. Trabalhava como auxiliar de parteira, até ser convidada a fazer um curso na área.
Com décadas de experiência em ajudar outras mulheres a trazerem novas vidas ao mundo, este parto, em especial, teve uma conexão emocional única. "A família queria proporcionar este momento para ela. Sabíamos que era importante ela acompanhar a neta Marina. Ela já fez o parto de tantas pessoas da família quando trabalhou como parteira, e queríamos que agora, aos 74 anos, ela pudesse ter essa sensação novamente", expõe a filha Marilu Vargas.
A presença de Marta no parto de João Paulo foi mais do que simbólica; foi uma maneira de honrar e reviver a história da matriarca da família. A parturiente Marina não apenas sentiu o conforto de ter uma avó ao seu lado, mas também de fazer parte de uma tradição de cuidado e acolhimento em que foi passada de geração em geração. Sim, a avó de Marta também foi parteira. "Foi emocionante ver minha mãe novamente tão conectada com o que sempre fez de melhor. Ela tem um amor imenso pelo que fez, e ver a alegria no rosto dela ao presenciar o nascimento do bisneto foi inesquecível”, relata a filha.
Para Marta, o momento foi um reencontro com suas raízes, e uma forma de compartilhar com sua família a importância de sua missão. "Sempre trabalhei com o coração, ajudando mulheres a trazerem seus filhos ao mundo de maneira natural, e esse momento foi a confirmação de que minha missão foi cumprida com amor e dedicação. Ter a chance de estar presente no nascimento do meu bisneto foi uma dádiva, algo que eu jamais esquecerei”, ressalta.
João Paulo veio ao mundo saudável e sorridente para a felicidade dos pais Yago e Marina, e da bisa Marta Estelina. Um ato como esse também mostra a importância da sabedoria transmitida através das gerações e como os profissionais de saúde, especialmente aqueles que lidam com o nascimento, têm um papel especial na vida das pessoas, sendo figuras essenciais tanto para a medicina quanto para as histórias pessoais de suas famílias. Até porque as parteiras, durante muito tempo, foram o principal meio de nascimento dos bebês e até pouco tempo auxiliavam obstetras nas maternidades de hospitais. Hoje, estas profissionais continuam a atuar em alguns hospitais auxiliando os profissionais nos partos naturais.
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