O evento, promovido pela Fundação InoversaSul, com parceria da Fapesc e apoio do Governo de Santa Catarina, marcou um momento histórico para o setor produtivo da região
Foto: reprodução / InoversaSul
O 1º Congresso Nacional da Indústria na Amurel foi aberto nesta quarta-feira (4), em Tubarão, reunindo importantes lideranças empresariais, políticas e acadêmicas para discutir temas essenciais como industrialização, inovação, economia do mar, agronegócio e logística 4.0. O evento, promovido pela Fundação InoversaSul, com parceria da Fapesc e apoio do Governo de Santa Catarina, marcou um momento histórico para o setor produtivo da região. A abertura contou com a presença do presidente da InoversaSul, professor Valter Alves Schmitz Neto, do vice-presidente e coordenador do evento, professor Gean Fermino, além de autoridades como o prefeito de Tubarão, Estêner Soratto da Silva Júnior (PL), e representantes do setor produtivo, como Thiago Fretta (Fiesc), Alexsandro Barbosa (Acit) e Karen Brodbeck (CDL).
Durante o evento, o vice-presidente regional Sul da Fiesc, Thiago Fretta, destacou que a indústria catarinense responde por 28% da geração de riqueza do estado, consolidando Santa Catarina como o segundo estado mais industrializado do Brasil, com mais de 1 milhão de empregos no setor. Fretta reforçou a importância da qualificação profissional e da inovação como pilares para manter o crescimento sustentável da indústria. Em sua fala, o prefeito Estêner Soratto destacou a valorização da indústria local e anunciou a doação de um terreno de 1 hectare para a instalação de uma unidade do Senai em Tubarão, que atenderá crianças do ensino fundamental, médio e cursos técnicos. Mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas pela gestão municipal, Soratto garantiu a continuidade dos programas de desenvolvimento, impulsionados por recursos do Governo do Estado.
O presidente da InoversaSul, Valter Schmitz, e o coordenador do congresso, Gean Fermino, ressaltaram que o evento dá sequência ao ciclo iniciado meses atrás com o 1º Congresso Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, reforçando a promoção da ciência, pesquisa, tecnologia e desenvolvimento regional, com Tubarão e a Amurel se consolidando como polos de inovação e articulação institucional nacionalmente. “Estamos promovendo um dia de convívio e relacionamentos, impulsionando o futuro da indústria catarinense”, afirmou Schmitz.
A abertura do evento foi marcada pela palestra de José Eduardo Azevedo Fiates, diretor de Inovação e Competitividade da Fiesc, que representou o presidente da federação, Mário Cezar de Aguiar. Fiates tratou do tema “Industrialização versus Desindustrialização”, destacando que Santa Catarina possui polos regionais e estaduais de referência, como a Amurel, que reúne diversos setores econômicos relevantes, mas ainda pouco competitivos nacionalmente. A região tem uma situação logística privilegiada, com o único porto ao sul da capital e proximidade com a Grande Florianópolis, uma das regiões que mais cresce no país e no mundo.
Fiates alertou que, nos próximos 10 a 20 anos, a população catarinense poderá mais que dobrar, o que levanta a necessidade de um crescimento ordenado, sob risco de aumento da violência e da desorganização urbana. Ele lamentou a ausência de planos integrados e robustos de desenvolvimento entre governos, empresas e universidades, ressaltando que o estado vive hoje uma fase de desindustrialização, caracterizada como suja, insustentável e poluente. Para o futuro, defendeu a neoindustrialização, baseada em parcerias, integração entre setores e construção de ecossistemas de inovação.
Segundo Fiates, a atividade econômica industrial depende de quem empreende, com liderança, capital humano, tecnologia e propósito. Ele destacou que a chegada da Intelbras a Tubarão é um marco para o desenvolvimento regional, mas que a atuação não pode ser limitada, já que Santa Catarina tem a menor taxa de municípios por quilômetro quadrado do país, o que exige uma forte integração entre as cidades. Por fim, enfatizou que não há como discutir desenvolvimento industrial sem competência e colaboração, defendendo que o planejamento deve ser sério e organizado, com foco na eficiência operacional e na atração de jovens empreendedores.
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