Nesta semana diversas cidades do estado registraram chuva preta. Santa Catarina também está sendo afetada por fumaça e fuligem das queimadas da Amazônia e Pantanal
A água da chuva que caiu em Florianópolis na sexta-feira (13) apresentou níveis de dióxido de carbono cinco vezes superiores à média nacional, de acordo com uma análise realizada por um laboratório local. A precipitação está associada à presença de fumaça e fuligem oriundas das queimadas que atingem a Amazônia e o Pantanal.
Em análise coletado das amostras da chamada "chuva preta" registrada em diversas regiões de Santa Catarina para analisar sua composição. A química Ana Paula Bohm, responsável pela análise, explicou que os parâmetros avaliados incluíram a presença de nitrato, nitrito e metais pesados, como chumbo, mercúrio e cádmio, substâncias que podem estar associadas às queimadas. No entanto, não foram encontradas contaminações por metais pesados.
O resultado da análise apontou que, além do dióxido de carbono elevado, a água da chuva apresentou turbidez e coloração acima do normal, além de um pH baixo, confirmando a característica ácida da precipitação. Bohm destacou que essa acidez é causada pela formação de ácido nítrico e ácido sulfúrico na atmosfera, compostos resultantes das queimadas.
"A chuva ácida pode causar impactos ambientais, como a contaminação de lagos, rios e lençóis freáticos, além de prejudicar a saúde das pessoas que entram em contato ou consomem essa água", alertou Bohm.
A Defesa Civil de Santa Catarina também orientou a população a evitar o contato direto com a água da chuva e seu consumo, ressaltando que ela não é potável. O meteorologista-chefe do órgão recomendou que, em caso de contato com a água, a população busque orientação médica.
Qualidade do ar
Apesar da chuva ácida, a qualidade do ar em Santa Catarina foi considerada boa na sexta-feira, segundo dados do monitoramento do Ministério do Meio Ambiente, com base em estações localizadas no Sul do estado. No entanto, a capital, Florianópolis, ainda apresentou qualidade do ar prejudicial para grupos de risco, conforme o monitoramento do site suíço IQAir.
O Laboratório de Controle da Qualidade do Ar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) destacou que, apesar de a chuva ajudar a remover alguns poluentes, a melhoria na qualidade do ar tende a ser temporária. Com as queimadas ainda em andamento, a poluição continua a ser uma preocupação.
A previsão da Defesa Civil aponta que, com a chegada de uma frente fria durante o final de semana, o vento deve mudar de direção, concentrando a fumaça das queimadas entre o Sudeste e o Centro-Oeste do país.
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