O motorista fala sobre como ocorreu o sequestro e conseguiu sair do cativeiro
Na manhã desta terça- feira (26), o morador de Braço do Norte que estava desaparecido desde a madrugada do último domingo, Flávio Vandelinde Pickler, retornou para sua casa, após prestar depoimento no Paraná (PR).
O motorista disse que foi sequestrado e mantido em cativeiro até a noite de segunda, quando foi liberado pelos bandidos e conseguiu pedir ajuda.
Flávio é taxista e foi fazer um serviço para o ex-patrão, transportando soro de leite em um caminhão até Carambeí (PR). Segundo ele, na volta para casa, ainda no Paraná, foi perseguido e abordado pelos criminosos.
“Eles estavam em um carro, em quatro pessoas, todos usando máscaras e coletes à prova de bala. Apontaram armas e fizeram eu parar o caminhão na beira da estrada. Desci do veículo, colocaram uma sacola na minha cabeça e me botaram no carro. Foi tudo muito rápido, questão de minutos. Parecia filme de terror. Depois, me levaram para o cativeiro”, conta.
Conforme Flávio, os momentos de tensão foram ainda maiores após ele ouvir que o caminhão roubado não serviria para os bandidos. “Eu já estava bastante assustado com a situação. Quando chegamos na casa onde era o cativeiro, eles me colocaram num quarto, só com um colchão velho no chão, e falaram que o caminhão que eu estava não era o que eles queriam. Ali pensei que ia morrer”, relata.
Os sequestradores conversaram com Flávio e explicaram a situação. “Eles disseram que precisariam me deixar no cativeiro por algum tempo, já que queriam roubar outros caminhões. Falaram que não pretendiam me matar e me soltariam, desde que eu cooperasse. Expliquei que não tenho uma das pernas e uso prótese. Tentei ficar tranquilo, para passar essa sensação para eles. Não fui agredido, mas um dos bandidos chegou a fazer roleta-russa comigo”.
Enquanto ele estava no cativeiro, um dos criminosos pegou o caminhão, viajou até São José dos Pinhais e abandonou o veículo no pátio de um posto de combustíveis. Foi através de rastreamento que o ex-patrão de Flávio conseguiu encontrar o caminhão, que foi recuperado ainda no domingo.
“Somente na noite da última segunda-feira, por volta das 22h, que eles decidiram me soltar. Devolveram meus documentos e meu celular, me deixaram em uma estrada e falaram para eu esperar até poder ligar o aparelho. Caminhei por quase 40 minutos até uma estrada e encontrei um posto abandonado da PRF. Ao lado, tinha uma empresa. Chamei pelo segurança e ele ligou para a polícia. Prestei depoimento e depois consegui falar com minha família”.
A Polícia Civil investiga o crime.
Receba as principais informações do portal em nosso grupo de leitores do WhatsApp. Acesse https://chat.whatsapp.com/JBufyOx032T3Jer1iObXse