Delegacia especializada apura o caso e outros envolvidos; Ministério Público também abriu procedimento para investigar possível crime de racismo
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A torcedora do Avaí identificada como Ana Costa, que aparece em vídeo proferindo falas racistas e xenofóbicas contra torcedores do Remo durante a partida realizada no último sábado (15), na Ressacada, em Florianópolis, será investigada pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância da Polícia Civil de Santa Catarina.
Inicialmente, o caso seria conduzido pela 2ª Delegacia de Polícia da Capital, que havia marcado o depoimento da mulher para esta quarta-feira (19). Com a mudança de responsabilidade, ela será ouvida em nova data. A Polícia Civil também apurará a atuação de outros torcedores que aparecem no vídeo participando das hostilidades.
Segundo o delegado Paulo Caixeta, responsável pela investigação, situações como essa não serão toleradas no estado, especialmente em ambientes esportivos. Os envolvidos podem responder pelos crimes de racismo, injúria racial e xenofobia, previstos na Lei nº 7.716/1989, com penas que podem chegar a cinco anos de prisão.
Em nota, a defesa de Ana Costa afirmou que ela pediu desculpas e alegou ter sido alvo de agressões verbais e ataques pessoais momentos antes do registro das imagens.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público de Santa Catarina também instaurou procedimento na 40ª Promotoria de Justiça para apurar o caso, classificando-o como um possível crime de racismo decorrente de suposta xenofobia.
Os clubes envolvidos se manifestaram. O Avaí repudiou as falas, lamentou o episódio e disse colaborar com as autoridades, reforçando que racismo é crime e deve ser combatido dentro e fora dos estádios. O Remo também repudiou o caso e classificou a atitude da torcedora como “repugnante” e manifestação clara de racismo e intolerância, cobrando punição aos responsáveis.
As frases ditas pela torcedora — como “Olha a tua cor”, “Pobre aqui não fica” e “Vai de jegue?” — foram direcionadas a torcedores do Remo, segundo o registro feito nas arquibancadas do estádio Aderbal Ramos da Silva.
O prefeito de Florianópolis, citado pela mulher em uma das falas, também se pronunciou. Ele pediu desculpas ao povo paraense e defendeu que a autora seja investigada e punida.
Em nota oficial, a Polícia Civil reiterou que identificará e ouvirá todos os envolvidos, recomendando que as vítimas registrem boletim de ocorrência para reforçar as investigações.
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