PMs foram cumprir mandado contra o foragido em um hotel de luxo, mas saíram do local com R$ 500 mil e 100 mil dólares, conforme a denúncia
Foto: PM/Divulgação
Em uma operação realizada no último sábado (6) em Itapema, no Litoral Norte, dois policiais militares de Santa Catarina foram presos suspeitos de cobrar dinheiro para não cumprir o mandado de prisão contra o foragido José Osvaldo Dell’Agnolo, conhecido como “Lobo do Batel”. Segundo o auto de prisão, Bruno Israel dos Santos Czerwonka e Milton Prestes dos Santos Junior teriam deixado o hotel onde localizaram o investigado com R$ 500 mil e US$ 100 mil.
A denúncia inicial indicava que Dell’Agnolo usava nome falso em um hotel de luxo. Os policiais chegaram ao local por volta das 8h, mas encerraram a ocorrência como apenas uma averiguação e liberaram o homem. Horas depois, uma nova denúncia levou outra guarnição ao hotel, quando o mandado de prisão federal foi confirmado. Dell’Agnolo foi detido com R$ 5 milhões em espécie.
Durante a abordagem à tarde, o foragido relatou que, pela manhã, os dois policiais haviam pedido: “quanto vale sua liberdade?”. Ele afirmou ter separado o valor solicitado, entregando R$ 500 mil e notas em dólar aos agentes. Na entrevista aos novos policiais, Dell’Agnolo afirmou que os militares teriam subtraído o dinheiro. Questionados, Bruno e Milton não apresentaram versões coerentes e foram presos em flagrante.
Os dois passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão convertida para preventiva. A juíza responsável destacou a gravidade das suspeitas e o risco de interferência na investigação, já que ambos estavam em serviço e poderiam influenciar testemunhas. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo telefônico dos policiais.
Dell’Agnolo era alvo de mandado expedido pela Justiça Federal de Curitiba e é apontado pela Polícia Federal como chefe de uma organização criminosa responsável por movimentar mais de R$ 1 bilhão em fraudes financeiras, com centenas de vítimas no país.
O 31º Batalhão da Polícia Militar confirmou que os dois agentes são investigados por concussão e prevaricação. Eles permanecerão custodiados na sede do batalhão enquanto o caso é apurado.
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