Evento realizado no último dia 22 de agosto deixou uma mulher morta e outras duas pessoas feridas durante a apresentação do evento automobilístico “Subida da Montanha”
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito que apurou o acidente fatal ocorrido no dia 22 de agosto deste ano, durante a apresentação do evento automobilístico “Subida da Montanha”, em Grão-Pará. O caso resultou na morte de Patrícia Oening Foss, de 38 anos. Ela chegou a ser socorrida pelas equipes de emergência, mas não resistiu aos graves ferimentos.
De acordo com informações da Polícia Militar, que fazia a segurança do evento, o condutor do Porsche perdeu o controle do carro durante a demonstração, rompendo a grade de proteção e atingindo o público. Três pessoas foram atropeladas, além de Patrícia, duas mulheres, de 49 e 51 anos, ficaram feridas e foram levadas ao hospital de Braço do Norte após receberem os primeiros atendimentos no local.
De acordo com as investigações, conduzidas pela Delegacia de Polícia da Comarca de Grão-Pará, o acidente ocorreu na Rua Nereu Ramos, no centro da cidade, quando um Porsche 911 Carrera ultrapassou o limite da área destinada à exibição e atingiu o público que acompanhava a apresentação.
O inquérito reuniu um extenso conjunto de provas, incluindo depoimentos, registros em vídeo, laudos periciais e análises técnicas de velocidade e mecânica do veículo. Os peritos descartaram falha mecânica e concluíram que o carro trafegava a mais de 100 km/h em via urbana.
Embora a maioria dos depoimentos tenha negado incitação a manobras perigosas, vídeos obtidos pela polícia mostraram orientações para que os pilotos atingissem velocidades de até 150 km/h durante as apresentações. O relatório também aponta que o evento foi realizado sem autorização formal das autoridades competentes e sem estrutura adequada de segurança, utilizando apenas gradeamento simplório e insuficiente, incapaz de conter um veículo em movimento.
A investigação ainda constatou que o local concentrava um grande número de espectadores, incluindo crianças e adolescentes, o que agravou o risco e a previsibilidade do acidente. Segundo o relatório, tanto o piloto quanto os organizadores tinham plena consciência do perigo e assumiram o risco das consequências fatais ao manter a atividade em condições inseguras.
Com base nas provas, a Polícia Civil enquadrou o condutor por homicídio doloso e lesões corporais dolosas, entendendo que houve dolo eventual, ou seja, quando o agente assume o risco de causar o resultado.
Os seis organizadores do evento também foram indiciados pelos mesmos crimes, por participação dolosa e omissão diante das falhas de segurança.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público nesta quinta-feira (6) para análise e adoção das medidas cabíveis.
Receba as principais informações do portal em nosso grupo de leitores do WhatsApp. Entre aqui.