Alessandro Stefanutto é um dos alvos da Operação Sem Desconto, que investiga cobranças irregulares de aposentados e pensionistas em 13 estados e no DF
Foto: PF/Divulgação
Em uma megaoperação realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (23), o atual presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo. A ação faz parte da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de cobranças indevidas feitas por entidades associativas nas aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS.
Ao todo, são cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão e ordens de sequestro de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão. A operação ocorre simultaneamente no Distrito Federal e em 13 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
Segundo a PF, as investigações revelam que entidades firmaram convênios com o INSS para aplicar descontos associativos diretamente na folha de pagamento de aposentados, oferecendo em contrapartida supostos serviços como planos de saúde, seguros e auxílios-funeral. No entanto, grande parte dessas cobranças não teria sido autorizada pelos beneficiários, o que motivou denúncias à Justiça.
A prática teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024. Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A sede do INSS em Brasília também foi alvo da operação, com o afastamento de seis servidores ligados à atual direção.
A operação conta com a atuação de cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU). A Polícia Federal alerta os beneficiários do INSS para que fiquem atentos a descontos indevidos e procurem imediatamente os canais oficiais caso identifiquem qualquer irregularidade.
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