Jovem de 22 anos foi morta pelo namorado em 2018; Ministério Público pede condenação por feminicídio, homicídio triplamente qualificado e posse ilegal de acessório de uso restrito
O caso Isadora, que aconteceu em Imbituba em maio de 2018, começa a ser julgado no Fórum da Comarca da cidade. A vítima, de 22 anos, morreu após ser agredida pelo namorado com socos, chutes e joelhadas. A sessão iniciou às 8h e terminou às 21h45 desta quarta-feira (3), com a oitiva de nove pessoas entre informantes e testemunhas da acusação e da defesa.
O julgamento será retomado nesta quinta-feira (4), às 9h, com a oitiva das últimas três testemunhas, a exibição de eventuais provas e o interrogatório do réu. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pelos promotores Patrícia Zanotto e Geovani Tramontin, pedirá a condenação do acusado por homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio —, além de fraude processual e posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo.
Familiares acompanharam a sessão e relembraram a jovem. O pai, Rogério Froner Costa, disse: "Ela tinha a família dela, os amigos, amava a irmã dela, os pais. Tinha uma vida pela frente que falta tamanho para a gente dizer, e tudo isso foi cortado de uma forma bruta e pior, por decisão de um homem. Estamos aqui em defesa da vida de todas as mulheres". A mãe, Cibelle Viana Costa, afirmou: "Minha caminhada até agora foi uma caminhada de amor. Quero que essa pessoa que matou minha filha seja punida. Isso não vai trazê-la de volta, mas não pode ficar impune".
O crime ocorreu quando a vítima passava alguns dias na casa do namorado. Conforme a denúncia do MPSC, o feminicídio foi motivado pelo fato de Isadora ter revelado à irmã do réu que ele fazia uso excessivo de drogas e álcool. Na madrugada do crime, o réu teria passado mal, e a vítima acionou a irmã dele para ajudá-lo. Após a saída da irmã, o acusado atacou Isadora de forma inesperada, imobilizando-a e desferindo múltiplos golpes, que resultaram na morte por trauma abdominal, segundo o laudo cadavérico.
O MPSC também requer a condenação do réu por posse ilegal de acessório de uso restrito. Durante buscas na residência, foram encontrados vestígios de drogas, uma espingarda, uma pistola, 146 munições com registro vencido e uma mira a laser, acessório de uso restrito que o acusado possuía sem autorização legal.
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