Deputado Julio Garcia (PSD) teve prisão domiciliar decretada na segunda fase da Operação Alcatraz
A Justiça decretou a prisão domiciliar do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Julio Garcia (PSD), na manhã desta terça-feira (19).
De acordo com o advogado do deputado, a defesa ainda não teve acesso ao conteúdo da decisão judicial e Julio Garcia esteve na sede da Polícia Federal para prestar depoimentos.
A segunda fase da Operação Alcatraz foi deflagrada nesta terça-feira com o apoio da Receita Federal, denominada fase “Hemorragia”. A etapa ocorreu visando à repressão de organização criminosa especializada na prática de crimes de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
As investigações tiveram início em julho de 2018, após o encaminhamento pelo Ministério Público de Contas do Estado de Santa Catarina de representação fiscal para fins penais elaborada pela Receita Federal em Florianópolis/SC, a qual apontava fundados indícios de desvios de recursos oriundos das Secretarias de Estado da Administração e Saúde.
Operação Alcatraz
Nesta terça-feira, a segunda fase da operação cumpre 34 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. As ações acontecem em Florianópolis, Joinville, no Norte e Xanxerê, no Oeste.
A polícia afirmou ter identificado pagamentos irregulares que ultrapassam R$ 500 milhões. Os alvos são do núcleo político empresarial. Cerca de 150 policiais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná participaram da ação.
O foco da segunda fase, batizada de "Hemorragia", envolve contratos firmados pelas secretarias estaduais, empresários do ramo de tecnologia e servidores públicos. Segundo a PF, contratações de serviços eram feitas sem cotação prévia de preços, ou ainda instruídos com orçamentos apresentados por empresas que possuíam relacionamento societário ou comercial entre si.
Além dos mandados de busca, foram deferidas medidas cautelares como afastamento da função pública, proibição de contato com outros investigados e de se ausentar do país, e bloqueio de patrimônio dos investigados em valores que variam entre R$ 928 mil e R$ 37 milhões.
Ao G1 SC, a assessoria do deputado Julio Garcia informou que não vai se manifestar. A Assembleia Legislativa e o governo de Santa Catarina também na se pronunciaram.