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POLÍTICA
27/11/2025 07h27
Por: Iuleska

Brasil lidera ranking de supersalários no serviço público

Apenas nos últimos 12 meses, esses pagamentos custaram R$ 20 bilhões aos cofres públicos

Foto: Adriano Machado

Cerca de 53 mil servidores públicos no Brasil recebem acima do teto do funcionalismo, segundo um levantamento que analisou aproximadamente 50 milhões de contracheques em diferentes esferas do serviço público. É o maior contingente entre países como Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e diversas nações latino-americanas. Só nos últimos 12 meses, esses pagamentos custaram R$ 20 bilhões aos cofres públicos.



A pesquisa, encomendada pelo Movimento Pessoas à Frente e pela República.org, avaliou dados de 4 milhões de servidores ativos e aposentados do Executivo, da magistratura federal e estadual, do Ministério Público Federal e Estadual, do Congresso Nacional e dos governos de São Paulo e Minas Gerais. Entre eles, 1,34% recebem valores muito acima do permitido pela Constituição, que estabelece como limite o salário dos ministros do STF — hoje em R$ 46 mil.



Na prática, no entanto, o teto é ultrapassado por meio de auxílios, gratificações e benefícios retroativos. Os maiores salários estão na magistratura: 21 mil juízes e desembargadores recebem acima do limite. No Executivo Federal, são 12 mil servidores, e no Ministério Público, 10 mil.


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O estudo ainda comparou os supersalários brasileiros com os de outros países. Um juiz no Brasil pode ganhar:



- seis vezes mais que autoridades máximas do Judiciário português;



- quatro vezes mais que ministros das cortes constitucionais da Alemanha, França, Argentina e EUA;



- três vezes mais que juízes do Chile e da Colômbia;



- mais do que o dobro do salário dos presidentes dos tribunais superiores do Reino Unido, Itália e México.



Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o valor total pago acima do teto chegou a R$ 20 bilhões. Para o autor da pesquisa, Sérgio Reis Guedes, esses recursos fazem falta em áreas essenciais:



“Temos R$ 20 bilhões sendo gastos com quem já ganha muito bem, enquanto falta dinheiro para fechar o orçamento da educação. Discutir supersalários seria fundamental para ajudar a resolver a questão fiscal.”



A diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, afirmou que 1% do funcionalismo gera um impacto desproporcional no orçamento:



“Esse dinheiro poderia estar sendo destinado para mais escolas, mais unidades de saúde e serviços para a população.”



Em comparação internacional, o Brasil também lidera com folga. O gasto anual com extrateto, convertido pela paridade de poder de compra, ficou em US$ 8 bilhões — muito acima da Argentina, segunda colocada, com US$ 381 milhões.



Autor da proposta da reforma administrativa, o deputado Pedro Paulo (PSD) defende o corte dos penduricalhos:



“As discussões estão avançando para que o texto esteja pronto até o fim do ano. A maioria dos servidores ganha salários modestos em comparação com essa elite do funcionalismo.”



O Conselho Nacional de Justiça afirmou que o Judiciário é independente, que cada tribunal administra seu orçamento e fixa seus salários, e que mantém um observatório para monitorar governança, integridade e transparência. Já o Ministério da Gestão disse que as parcelas pagas acima do teto têm natureza indenizatória prevista em lei e destacou que enfrentar privilégios exige diálogo e consenso político.



 



 



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Fonte: Redação/G1
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