Previsão aponta maior frequência de ocorrências no Litoral e Planalto Norte
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A previsão do tempo para o verão em Santa Catarina indica aumento das temperaturas e um regime de chuvas marcado pela irregularidade. A estação começa oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) do dia 21 de dezembro e, neste ano, apresenta características distintas entre as regiões do estado: no Grande Oeste, os acumulados de chuva tendem a diminuir levemente, enquanto nas áreas litorâneas é esperado o período mais chuvoso do ano.
Apesar de o verão iniciar com chuvas irregulares em todo o território catarinense, dezembro deve registrar volumes abaixo do esperado para a época, especialmente no Grande Oeste, Planalto Sul e Litoral Sul. Essa tendência está associada às condições do fenômeno La Niña que, embora ainda não esteja oficialmente configurado, deve seguir influenciando o clima até fevereiro de 2026.
Após uma primavera com temperaturas abaixo da média, as tardes ensolaradas de dezembro marcam o retorno do calor, aliado ao aumento da radiação solar, típico dos dias mais longos. Esse cenário pode provocar impactos na situação hídrica e na produtividade agrícola, entre outros setores.
Mesmo com a redução dos volumes de chuva, ainda são esperados temporais típicos de verão, associados ao calor e à umidade disponível na atmosfera. Esses eventos podem causar alagamentos, enxurradas e episódios pontuais de granizo.
Em janeiro, as chuvas tendem a se tornar mais frequentes e, por vezes, intensas, com a circulação marítima mais ativa. As áreas entre a Grande Florianópolis e o Norte catarinense devem ser as mais afetadas, não sendo descartados eventos extremos. Já em fevereiro, a chuva volta a apresentar comportamento mais irregular, embora a circulação marítima continue influenciando o litoral.
A previsão foi definida em consenso durante o 235º Fórum Climático Catarinense, com a participação de representantes da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (SPDC/SC), Epagri/Ciram, AlertaBlu e pesquisadores de instituições como o IFSC e a UFSC.
Atualmente, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial está cerca de 0,5°C abaixo da média, indicando um resfriamento típico de condições que antecedem a La Niña. No entanto, para que o fenômeno seja oficialmente declarado, essa anomalia precisa persistir por um período contínuo, o que ainda não ocorreu. Mesmo assim, seus efeitos já são percebidos no Brasil, com alterações nos padrões de chuva e temperatura, incluindo a tendência de volumes mais irregulares em Santa Catarina.
O trimestre formado por dezembro, janeiro e fevereiro concentra o maior número de ocorrências relacionadas a desastres no estado. Dados do Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, que reúne informações de 29 anos, mostram que, embora a primavera registre aumento de tempestades severas, é no verão que as enxurradas se tornam mais frequentes, especialmente em janeiro. Esse comportamento está ligado às chuvas intensas em curto intervalo de tempo e à intensificação da circulação marítima, que transporta grande volume de umidade para o litoral. Vendavais também são comuns nesse período, com rajadas localizadas e intensas.
Diante desse cenário, a Proteção e Defesa Civil reforça orientações à população. Em caso de tempestades com risco de alagamentos e enxurradas, a recomendação é evitar contato com a água e não transitar por locais alagados, pontes ou pontilhões submersos, além de manter atenção redobrada com crianças próximas a rios e ribeirões. Em áreas suscetíveis a movimentos de massa, é importante observar sinais como inclinação de postes e árvores, movimentação de terra ou rochas e rachaduras em muros e paredes.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, a orientação é buscar abrigo em locais seguros, longe de árvores, placas e objetos que possam ser arremessados. Dentro de casa, o ideal é permanecer em cômodos centrais ou banheiros. Em áreas de praia, não se deve permanecer na água durante essas condições.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil destaca ainda a importância de acompanhar diariamente os avisos e boletins meteorológicos, devido às constantes atualizações dos modelos de previsão do tempo.
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