Levantamento aponta concentração dos animais em Imbituba, Palhoça, Garopaba e região da APA da Baleia-Franca
Foto: Reprodução
O monitoramento aéreo de cetáceos realizado pelo Porto de Imbituba registrou 185 baleias-francas no trecho entre Torres (RS) e Florianópolis (SC), no auge da temporada de avistagens. Do total, foram contabilizados 90 pares de mães com filhotes e cinco adultos solitários.
Em Santa Catarina, a maior concentração foi observada em Imbituba e Palhoça, com destaque para as praias da Ribanceira e Ibiraquera, onde foram vistas 38 baleias. Outras 32 foram registradas na Praia do Siriú e 30 na Praia da Pinheira.
A ação foi conduzida pelo Programa de Monitoramento de Cetáceos da SCPAR Porto de Imbituba, executado pela Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, com participação do Projeto Franca Austral (ProFRANCA), desenvolvido pelo Instituto Australis e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Segundo o gerente de pesquisa do ProFRANCA, Eduardo Renault, o levantamento é fundamental para avaliar o progresso da conservação da espécie. “Com esses dados, conseguimos estimar parâmetros como tamanho populacional e taxas de crescimento. Um número elevado de baleias aumenta a chance de identificarmos indivíduos já conhecidos, alimentando os modelos estatísticos que usamos”, destacou.
O monitoramento conta com voos em helicóptero, onde observadores e fotógrafos registram a localização e as características dos animais. As imagens permitem a identificação individual das baleias com base nas calosidades da cabeça, que funcionam como uma impressão digital.
Entre os indivíduos identificados nesta temporada estão Zimba e Olívia, já registradas em anos anteriores, além de Sloughy, baleia nascida em Santa Catarina em 2002 e a primeira nascida no Brasil a ser reconhecida também nas Ilhas Geórgia do Sul, local de alimentação no Atlântico Sul.
No entorno do Porto de Imbituba, o monitoramento terrestre ocorre ininterruptamente há 17 anos, em dois pontos fixos, com observações diárias entre julho e novembro. O trabalho busca adequar as operações portuárias à presença dos animais, garantindo segurança durante as manobras de navios.
Paralelamente, o ProFRANCA mantém monitoramento terrestre de agosto a novembro em 15 pontos fixos da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia-Franca, com foco na abundância, distribuição e comportamento da espécie.
A baleia-franca-austral ainda é considerada ameaçada de extinção no Brasil. Estudos indicam uma população estimada em 800 indivíduos, com taxa de crescimento anual de 4,8%. A continuidade dos programas de monitoramento é vista como essencial para acompanhar a recuperação da espécie.
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