Segundo distribuidoras, impacto da Medida Provisória 1.227 nos postos de combustível pode chegar a R$ 0,36 por litro a partir desta terça-feira (11/6)
As distribuidoras de combustíveis estão alertando as redes de postos sobre um iminente aumento de preços a partir desta terça-feira (11/6), conforme informam sindicatos que representam os revendedores. A razão do aumento são os efeitos da Medida Provisória 1.227, enviada ao Congresso na semana passada pelo Ministério da Fazenda, que restringe as compensações de créditos de PIS e Cofins, e está sendo popularmente chamada de “MP do Fim do Mundo”.
O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) calculou uma variação nos preços da gasolina entre 4% e 7%, o que representaria um acréscimo de R$ 0,20 a R$ 0,36 por litro, enquanto o diesel pode ter um aumento de 1% a 4%, ou seja, de R$ 0,10 a R$ 0,23 por litro. O IBP estimou em R$ 10 bilhões o impacto da MP apenas nas empresas de distribuição de combustíveis.
Os postos de combustíveis têm a liberdade de formar o preço final, podendo repassar totalmente a alta para o consumidor, segurar parte dela ou até recompor margem de lucro, aumentando ainda mais o preço na bomba.
José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, sindicato que representa os postos em São Paulo, acredita que não haverá recomposição de margem, apenas o repasse do aumento das distribuidoras. “O setor tem uma concorrência muito grande, não vejo condições de recompor margem de lucro”, disse.
Das três maiores distribuidoras do país, apenas a Ipiranga enviou comunicado formal à rede de postos, informando que na próxima terça, dia 11 de junho de 2024, em adição às dinâmicas habituais de repasses, os preços de gasolina, etanol e diesel serão reajustados devido ao efeito imediato da MP 1227/24, que restringiu a compensação de créditos tributários de PIS/Cofins. Vibra (antiga BR Distribuidora) e Raízen (Shell) ainda não comunicaram formalmente os postos, mas tanto o Sincopetro quanto o Recap, sindicato que representa postos da região de Campinas, confirmaram as conversas dessas duas distribuidoras com seus revendedores.
Emílio Martins, presidente do Recap, acredita que o aumento é uma forma de pressão do setor para que o Congresso rejeite a MP ou que o governo a retire. “O governo sabe que vai perder essa guerra e vai sair desgastado. Não interessa ao governo um aumento de preços que vai influenciar na inflação”, afirmou Martins.