Novo valor passa a valer em janeiro e segue regra que combina inflação e crescimento da economia
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O salário mínimo nacional será reajustado para R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026, conforme publicação do governo federal no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (24). O novo piso representa um aumento de 6,8%, pouco mais de R$ 100 em relação ao valor atual, que é de R$ 1.518.
O reajuste segue a política permanente de valorização do salário mínimo, que prevê a correção pela inflação medida pelo INPC, acumulada em 12 meses até novembro, somada ao crescimento da economia de dois anos antes, neste caso, o desempenho de 2024. Esse ganho real, no entanto, está limitado a um teto de 2,5% ao ano, conforme as regras fiscais em vigor.
Com esse modelo, o piso nacional volta a registrar aumento acima da inflação, diferente do que ocorreu em períodos anteriores, quando os reajustes se limitavam à recomposição inflacionária. Para o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a política anterior teve impacto negativo sobre o poder de compra dos trabalhadores, especialmente em um cenário de inflação elevada. Segundo o órgão, a reposição apenas anual não foi suficiente para compensar a alta contínua dos preços, sobretudo dos alimentos, que pesaram mais no orçamento das famílias de baixa renda.
O salário mínimo é a menor remuneração legal para trabalhadores com carteira assinada e serve de referência para benefícios previdenciários e assistenciais. A Constituição Federal estabelece que ele deve ser capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como moradia, alimentação, saúde, transporte e lazer.
Ainda de acordo com o Dieese, para suprir essas necessidades de uma família com quatro pessoas, o valor ideal do salário mínimo deveria ser de R$ 7.067,18, com base nos dados de novembro de 2025, o equivalente a cerca de 4,3 vezes o novo piso nacional.
Atualmente, cerca de 62 milhões de brasileiros têm rendimentos atrelados ao salário mínimo. Com o novo valor, a estimativa é de que o reajuste injete R$ 81,7 bilhões na economia, fortalecendo o consumo e a atividade econômica em todo o país.
Receba as principais informações do portal em nosso grupo de leitores do WhatsApp. Entre aqui