Lei foi instituída em dezembro de 2016, em Tubarão
Há pouco mais de 6 anos, Tubarão comemora o Dia Municipal dos Cultos aos Orixás e as religiões de Matriz Africana. A data foi celebrada neste domingo (23).A Lei sancionada em 2016, declara como patrimônio imaterial da Cidade Azul os cultos religiosos desta dominação.
Conforme o autor do Projeto de Lei 87/2016, Paulo Henrique Lúcio, o Paulão (PT), era muito importante que os seguidores da religião de Matriz Africana também tenham um dia para comemorar, assim como as demais religiões.Segundo o dirigente espiritual Marcelo Corrêa, desde 2016 muita coisa mudou e ressalta a importância da lei. “Agora, as pessoas chegam para tirar dúvidas, conhecer um pouco da nossa religião, além de poder explicar e mostrar a cultura e crença dos negros e dos ancestrais, que lutaram pelo desenvolvimento do país”, esclarece.
As religiões de matriz africana foram incorporadas à cultura brasileira há muito, quando os primeiros escravizados desembarcaram no país e encontraram em sua religiosidade uma forma de preservar as suas tradições, idiomas, conhecimentos e valores trazidos da África. E assim como tudo que fazia parte deste universo, essas religiões apesar de sua influência e importância na construção da cultura nacional, também foram perseguidas e, em determinados momentos históricos, até proibidas.
Da mesma forma que Iemanjá, outras divindades de origem africana, como Oxum, Xangô, Oxalá, Oxóssi e Exu, passaram a fazer parte da vida de todos nós, e não apenas dos adeptos do candomblé ou da umbanda, outra religião afro-brasileira. Chamadas de orixás (palavra de origem ioruba que significa divindade), fazem parte da cultura brasileira, com seu significado místico e simbólico, suas festas, comidas, cores e símbolos.
Cada orixá tem a sua história, sua personalidade e domina um aspecto da realidade. Eles têm sentimentos: amam, sofrem, ficam tristes, alegres ou com raiva. Os orixás estão ligados às forças da natureza, como a água, o ar, a terra e o fogo. Em equilíbrio, essas forças movem nosso destino. O espaço habitado pelos orixás chama-se orum e o mundo dos homens chama-se aiê. O grande pai responsável pela criação de todas as coisas é Olorum.
Oferendas e sacrifícios
Os orixás são homenageados com oferendas e sacrifícios. Cada um tem sua própria saudação, formada por palavras em idioma ioruba. Para conhecer a vontade dos orixás, mães e pais-de-santo, os sacerdotes dessas religiões, jogam os búzios, uma espécie de adivinhação realizada por meio da leitura de figuras formadas por conchas lançadas sobre uma mesa.
Atualmente, os orixás estão presentes não apenas nos rituais religiosos, mas nas festas populares, no carnaval, na dança e na música. Também integram muitos outros aspectos da nossa cultura, como as artes plásticas, o cinema, o teatro, a moda e a gastronomia.
Conforme os historiadores, o culto aos orixás iniciou no Brasil nas senzalas, enquanto os negros eram aculturados e catequizados por padres católicos. Para enfrentar os donos das fazendas e os padres católicos, os negros colocavam uma imagem de São Jorge no altar e o louvor era feito em ioruba para Oxossi.
No catolicismo, São Jorge é considerado o santo da fidelidade, da luta e da fortaleza. É um dos santos originários do Exército, das armas. De acordo com a tradição, é um dos santos mais venerados. O santo é padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extraoficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro.
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