Volume de chuva supera média do mês em 48 horas, causa estragos em dezenas de cidades e eleva nível dos rios no estado
Foto: Álvaro Taschetto / Especial / CP
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última segunda-feira (16) já deixaram ao menos duas pessoas mortas, uma desaparecida e cerca de 2,2 mil moradores fora de casa, conforme o mais recente boletim da Defesa Civil estadual, divulgado na tarde desta quarta-feira (18).
Ao menos 58 municípios gaúchos relataram ocorrências como alagamentos, deslizamentos de terra, danos em residências, estradas e pontes. As regiões mais afetadas incluem o Vale do Taquari, a Região Central e a Região Metropolitana de Porto Alegre, onde rios ultrapassaram a cota de inundação. O Rio Taquari e o Rio Caí registraram elevação significativa dos níveis de água, preocupando autoridades locais.
Em Porto Alegre, choveu cerca de 125 milímetros em apenas 48 horas — acima da média esperada para todo o mês de junho, que é de 115 mm. Já em municípios como Cachoeira do Sul, São Borja e Jaguari, o acumulado superou os 300 mm em dois dias. Jaguari, onde o rio chegou a 13 metros — mais que o dobro da média normal —, decretou situação de emergência. A cidade contabiliza ao menos 1,2 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas.
Em Quevedos, na Região Central do estado, o volume de chuva registrado nas últimas 48 horas foi de 371,8 mm, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o maior do estado até o momento.
As chuvas também resultaram em mortes. Em Candelária, uma mulher de 54 anos identificada como Geneci da Rosa morreu após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza. Ela foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros na terça-feira (17). O marido dela, de 65 anos, que também estava no veículo, segue desaparecido. As buscas continuam com apoio de bombeiros voluntários.
Na manhã desta quarta (18), um jovem de 21 anos, identificado como Mario César Trielweiler Gonçalves, morreu depois que a cabeceira de uma ponte cedeu entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. O carro em que ele estava foi levado pela força da água.
A Defesa Civil segue monitorando a situação, enquanto órgãos municipais e estaduais atuam no apoio às famílias atingidas e na recuperação das áreas afetadas.
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