Defesa Civil recomenda hidratação constante e evitar atividades ao ar livre diante do cenário de baixa umidade e aumento da poluição
A chuva preta chegou a Santa Catarina e foi registrada na região Oeste nesta quinta-feira (12), conforme confirmado pela Epagri/Ciram, órgão responsável pelo monitoramento das condições meteorológicas do estado. Cidades como Chapecó, Maravilha e Iporã do Oeste foram afetadas pelo fenômeno, que ocorre devido à alta concentração de poluentes na atmosfera, de acordo com a Defesa Civil.
Felipe Theodorovitz, meteorologista-chefe da Epagri/Ciram, alertou para os riscos associados à chuva preta. Segundo ele, “este fenômeno pode conter substâncias tóxicas e perigosas para a saúde, especialmente para o sistema respiratório. Recomendamos que as pessoas evitem o contato direto com a água da chuva e que essa água não seja consumida”.
A Defesa Civil orienta a população a evitar exposição à chuva e a permanecer em locais fechados sempre que possível. A água da chuva não deve ser utilizada para consumo, higiene pessoal ou atividades domésticas. Além disso, é aconselhável fechar portas e janelas para reduzir a entrada de fuligem nos ambientes e usar máscaras ou lenços para proteger o nariz e a boca, especialmente para aqueles com problemas respiratórios.
A chuva preta tende a ser mais intensa na região Oeste, onde há uma maior quantidade de fumaça na atmosfera. O fenômeno não é visível como uma coloração escura enquanto está caindo, sendo mais facilmente detectado ao tocar o solo.
O engenheiro agrônomo Alex Júnior Lorenzet, que registrou um vídeo do fenômeno em Iporã do Oeste, relatou sua surpresa com a água escura: “A água estava bem escura. Até a calçada de lajota branca da nossa casa ficou visivelmente suja.”
A fumaça que cobre o Brasil tem origem na região sul da Amazônia, incluindo os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. Desde agosto, a fuligem tem se espalhado pelo país e permanecido na atmosfera, sendo arrastada pelos ventos.
Ocorrências de chuva preta também foram registradas recentemente no Uruguai e no Rio Grande do Sul, associadas à fumaça das queimadas que se misturou com a chuva, gerando a tonalidade escura.
O fenômeno pode se repetir em outras cidades catarinenses entre esta quinta e sexta-feira (13), de acordo com o meteorologista-chefe da Defesa Civil. A chuva preta foi causada por uma frente fria que começou nas áreas de divisa com o Rio Grande do Sul e está avançando em direção às demais regiões do estado, prevendo-se que persista ao longo do final de semana.
O estado está em alerta para a situação das queimadas e a fumaça desde agosto. No dia 16 do último mês, a Defesa Civil emitiu o primeiro comunicado sobre a piora na qualidade do ar. Em setembro, o órgão divulgou novas notas sobre a situação. A Secretaria de Estado da Saúde alerta para sintomas associados à baixa qualidade do ar, como irritação nos olhos, nariz e garganta, cansaço e tosse seca. Grupos vulneráveis estão mais suscetíveis a problemas mais graves.
Diante do cenário de baixa umidade e aumento da poluição, a Defesa Civil recomenda que a população mantenha uma hidratação constante, beba água regularmente, utilize umidificadores de ar ou recipientes com água para melhorar a umidade dentro de casa e evite atividades ao ar livre. O uso de máscaras, preferencialmente tipo cirúrgica ou PFF2, é indicado para reduzir a exposição às partículas nocivas. Caso os sintomas respiratórios ou irritações persistam, é aconselhável procurar assistência médica.
A situação deverá continuar até que os incêndios sejam controlados ou até o retorno da estação chuvosa. Em agosto, a Defesa Civil já havia emitido documentos sobre a situação, que tem deixado o céu com aspecto esbranquiçado.
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