Relatório do USDA aponta virada histórica na pecuária global, impulsionada por ganhos de produtividade e escala no campo brasileiro
Foto: Ilustrativa/ Envato
O Brasil alcançou um marco inédito no agronegócio mundial ao assumir, em 2025, a liderança na produção global de carne bovina, superando os Estados Unidos. A mudança no topo do ranking foi confirmada em projeções divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referência internacional em estatísticas do setor.
Segundo o relatório, a produção brasileira deve fechar o ano em 12,35 milhões de toneladas, enquanto os norte-americanos aparecem na segunda posição, com 11,81 milhões de toneladas. É a primeira vez, desde o início da série histórica do USDA, na década de 1960, que os Estados Unidos deixam a liderança mundial.
O avanço brasileiro é atribuído a uma combinação de fatores estruturais. Nos últimos anos, a pecuária nacional registrou aumento expressivo no número de animais abatidos, com destaque para as fêmeas, além de ganhos consistentes no peso médio das carcaças. Em 2024, o país bateu recorde de abates, superando 39 milhões de cabeças, de acordo com dados do IBGE.
Enquanto o Brasil avança, os Estados Unidos enfrentam um cenário oposto. A pecuária norte-americana vive uma retração do rebanho, pressionada por secas prolongadas, altos custos de produção e redução no número de matrizes, o que limitou a oferta de animais para abate e impactou diretamente a produção.
Com o novo patamar, o Brasil passa a responder por cerca de 20% de toda a carne bovina produzida no planeta — o equivalente a um em cada cinco quilos consumidos no mundo. O país, que já lidera as exportações globais do produto há mais de duas décadas, reforça sua posição estratégica na segurança alimentar internacional.
As projeções do USDA indicam que, em 2026, a disputa no topo tende a ficar mais equilibrada, com volumes semelhantes entre Brasil e Estados Unidos. Ainda assim, a liderança conquistada em 2025 consolida uma virada histórica e coloca a pecuária brasileira no centro do mercado global de proteína animal.