Quando se fala de empresas injetando dinheiro e administrando clubes de futebol, não temos boas referências, muito pelo contrário, o cenário é visto com preocupação por torcedores. As investidas recentes em clubes brasileiros mostram um caminho diferente do que é aquele apresentado pelos grupos de investidores como soluções para quitar dívidas e colocar determinada equipe nos trilhos novamente. Acima de qualquer coisa é preciso deixar claro, quem investe, quer retorno, ninguém faz caridade.
Exemplos negativos estão aí, como o do Figueirense com a holding de investimentos Elephant, que nos mostra que não basta ter a intenção de investir, ter transparência e um planejamento impecável são primordiais. Deu tudo errado. O contrato era de 20 anos, e quase terminou com o Figueirense deixando de disputar o Campeonato Brasileiro em 2019.
A empresa Figueirense Ltda atrasou salários, não pagou comida e transporte para categorias de base e teve jogadores rescindindo contrato por meio da Justiça do Trabalho. O ápice da crise foi quando o elenco se recusou a entrar em campo em uma partida contra o Cuiabá.
Na semana passada tivemos a oficialização do Hercílio Luz para a parceria com um fundo de investimentos para gerir o clube durante os próximos anos. Como foi destacado no Portal, o presidente Maurício Dobiez revelou o nome de três empresários e destacou os detalhes da parceria.
Vinícius Gaidzinski, será o responsável direto e estará à frente do clube nos próximos anos, ele inclusive residirá em Tubarão para acompanhar o dia a dia do clube. Vinicíus é Sócio-próprietário do Grupo VEG, empresa de Provedores de Internet. Thiago Quartiero é um dos sócios da Camil Alimentos, do ramo alimentício. Gustavo Mendes Stocco é sócio-proprietário da Naxi, empresa no setor de telecomunicações. Os três formaram uma “nova” empresa para gerir o clube.
A formação dos atletas será o principal investimento dos sócios, começando desde a categoria sub-9 até o time profissional. A venda de atletas que se destacarem será a principal fonte para obtenção de lucro. Tanto para o clube como principalmente para os três investidores.
Na teoria é tudo muito centralizado e bonitinho, a pratica mostrará se o negócio será bom para todos. Cabe ao torcedor usar apenas uma palavra: confiança. Mas se esse tipo negócio tem um histórico recente negativo, onde podemos nos apegar? Hora bolas, nos que deram certo. Na própria coletiva de imprensa o presidente Maurício citou o Red Bull Bragantino, que está sendo uma das sensações do Campeonato Brasileiro.
Sem fazer comparações, mas quem não lembra dos tempos de auge do Palmeiras com a Parmalat entre 1992 e 2000, Vasco com a NationsBank entre 1998 e 2001, e o Fluminense com a Unimed entre 1999 e 2014. São apenas alguns exemplos que deram certo, no meio de tantos que deram errado. Engana-se quem pensa que isso só tem no Brasil ou que só aqui dá errado. Quem não lembra do Parma, equipe Italiana que precisou recomeçar na quarta divisão nacional, do Málaga da Espanha e, mais recente o Chinês, o Tianjin Tianhai que tinha inúmeros atletas brasileiros que foram dispensandos do elenco.
Se apegar ao que deu errado é o primeiro passo para o fracasso, não que fracassos sejam totalmente ruins, pois você aprende com eles, mas para que se agarrar e fracassar na sua casa se você pode “copiar” os bons exemplos e fazer diferente dos vizinhos que deram errado?! Deixe sua opinião, participe no @horahiper. Abraços, até a próxima.
